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Maarten Janssen, 2014-

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1556. Carta de Rodrigo de Freitas, escrivão da coroa em Salvador da Bahia, para Leonor de Vada, uma sua familiar que tratava por mãe.

SummaryO autor dá instruções à destinatária para ela o poder ajudar bem num processo judicial que lhe foi movido a ele. Faz-lhe também recomendações em relação à viagem que ela vai fazer, do Brasil para Portugal.
Author(s) Rodrigo de Freitas
Addressee(s) Leonor de Vada            
From América, Brasil, Salvador da Bahia
To Portugal, Lisboa
Context

Rodrigo de Freitas foi nomeado em dezembro de 1548 escrivão do armazém da fortaleza de Salvador da Bahia pelo período de 5 anos (ANTT, Chanc. D. João III, Doações, livro 70, fls.100v-101.). Em 1555 foi nomeado para o ofício de escrivão da renda do Pau-Brasil (ANTT, Chanc. D. João III, Doações, livro 57, fl.296v). Em 1560, desmotivado com o serviço régio, ingressou na Companhia de Jesus, em cujo serviço permaneceu até à data da sua morte, em 1604.

Como destinatários alternativos da carta, surgem o bispo do Brasil, Dom Pero, e António Cardoso de Barros. Com efeito, o sobrecrito diz: "À Senhora Leonor de Vada minha mãe, e, em sua ausência, ao Senhor Dom Pero, Bispo do Brasil, e, em sua ausência, ao Senhor António Cardoso de Barros". Dom Pero Sardinha foi nomeado primeiro bispo do Brasil no ano de 1551 e a sua vigência foi marcada por conflitos institucionais com o governador do Brasil, Duarte da Costa, que substituíra em 1553 Tomé de Sousa. Durante este período de conflito, o provedor da fazenda régia, António Cardoso de Barros, foi substituído pelo ouvidor geral Pero Borges, também mencionado, e que estava ligado à fação do governador Duarte da Costa. O processo judicial a que Rodrigo de Freitas se refere está certamente relacionado com este conflito.

Tanto o Bispo Pero Sardinha como António Cardoso de Barros estão contabilizados nos cerca de cem opositores de Duarte da Costa que embarcaram em 1556 na nau Nossa Senhora da Ajuda com destino a Lisboa, nau que naufragou na costa da Paraíba. Segundo rezam os relatos de época, a tripulação foi capturada e comida pela tribo dos índios Caeté (Entre outros veja-se: Serafim Leite, Cartas do Brasil e mais escritos do P. Manuel da Nóbrega, Coimbra, Universidade de Coimbra, 1955, p.33). Leonor de Vada estaria entre eles.

Support uma folha de papel dobrada, escrita em todas as faces.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Corpo Cronológico
Collection Parte I
Archival Reference Maço 99, Documento 54
Folios [1]r-[2]v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=3780445
Socio-Historical Keywords Tiago Machado de Castro
Transcription Tiago Machado de Castro
Contextualization Tiago Machado de Castro
Transcription date2015

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Snora may

Em sua bemção nos ẽcomẽdamos eu e maria d argolho e te

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saberemos que sua viagẽ foy boa como temos cõfiamca
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nosso snor q seria não podemos estar comtemtes ate o na
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tal temos esperamca q vira vm ẽbora mta saude
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e boas novas as de nos são ficaremos com estes de
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sejos tamanhos q cada dia nos pareçe anno e se sou
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beramos q tamta saudade e mỹgoa nos avia de fazer
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não a deyxaramos ir porem tudo omẽ a de vemturar
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e sofrer por salvar a alma e a homra e como quer
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q vm teve sempre mays comta com estas cousas
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q com outros pasatempos e descamsos falsos
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q o mũdo promete e não tem pa os poder dar jul
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gou de fazer esta jornada po mostrar nesta tra a
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vtude e homra q tem e sempre usou e alem disto
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po me obrar mays e mostrar q fazia po mỹ o q não fez e
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a mynha may carnal plo q alem das outs obrigacões
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acrecemtou est outa q eu nũca poderey Svir mas
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prazera a nosso sor q a trara cede como desejam
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e me dara syso graça e forças pa a servir e des
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camsar com a obediemçia e amor q tenho
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p tamtas Rezões devo e não me chege ds
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a tempo q faça outa cousa.

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has cousas q vm levou por lembrança he escusado le

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brar lhas porq sey quãto cuydado levou e tera delas
[26]
e quãto a de precurar plas aviar o mylhor e mays
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breve q ser puder poys tamto cumpre a sua e
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mynha homra e poq as cousas q omẽ mto deseja sempre
[29]
tem Receo de as alcamcar Asy estou eu sempre imã
[30]
ginãdo e Revolvemdo myl cousas na famtesia e
[31]
hũa delas he aRecear q asy como o ouvyor he manhoso
[32]
e me prendeo sẽ Rezão e se teme q a ida de vm
[33]
me fara sua A justa e merçe e pa baralhar este

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