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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1630. Carta de Simão de Fontes, mercador, para João Moreno, seu tio.

ResumoO autor comenta a atmosfera vivida na capital do reino com respeito às perseguições perpetradas pelo tribunal do Santo Ofício e dá conta dos preparativos em que se tem empenhado para conseguir fugir.
Autor(es) Simão de Fontes
Destinatário(s) João Moreno            
De Portugal, Lisboa
Para S.l.
Contexto

António da Silveira Rosa, cristão-novo natural de Beja e residente em Lisboa, preparava-se para se juntar a outros da sua nação assistentes em Castela quando foi surpreendido pelo juiz-de-fora daquela cidade, o qual achou em seu poder um volumoso conjunto de cartas redigidas por dois mercadores de Lisboa. Além de as referências espaciais e temporais serem comuns, as 13 cartas anexadas ao seu processo partilham ainda o facto de serem maioritariamente dirigidas a familiares. O seu intuito consistia em preparar a fuga, antes do Natal daquele ano, pela Catalunha e rumo a França.

A prisão do portador comprometeu este plano e levou aquela autoridade judicial a encaminhar tão comprometedora correspondência ao cuidado da Inquisição de Évora; assim se revelou não apenas a culpa do réu – diretamente implicado no conteúdo das cartas -, mas toda uma rede de cristãos-novos.

Suporte uma folha dobrada, escrita em ambas as faces do fólio 22.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Évora
Cota arquivística Processo 8768
Fólios 22r-v e 23v
Socio-Historical Keywords Ana Leitão
Transcrição Ana Leitão
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Ana Leitão
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2016

Page 22r > 22v

[1]
[2]
lisboa 25 de 9bro 630
[3]
Snor tio joão moreno

Resebi a de vm q foi pa min de munto gosto por me

[4]
avizar nela tem saude q goze mtos annos en companhia
[5]
de minha tia e primos e primas a q me encomendo com mil
[6]
veras ao prezente fiqo com ela soposto q mto saudozo
[7]
de me ver ja la q os dias me paresem annos mas estas
[8]
lenbransinhas e amizade de noso amigo jorge lomes
[9]
me tem detido mais mas farei mto por partir antes
[10]
do natal deus qerendo e tomarei o conselho q Vm me
[11]
da da besta ser bem grande e q sara a maor q eu achar
[12]
q não devem de faltar. e lhe agardeso a vm a boa conpanhia
[13]
de ma anriques e meos filhos q bem sei q adonde vm esta não
[14]
tenho q aver do deles pois a criou sempre con tanto amor
[15]
Vejo o enfadamto e a saudes q as vezes vm tem desta tera mas
[16]
as novidades q de contino hai nela lhas podem tirar q bem
[17]
he ver toiros de palmas e q tudo vai de mal en pior

[18]

Anto da Silveira he portador desta q vai por qa mta prozão por

[19]
sedida confrome o vulgo de matias fronqas e ontem levarão
[20]
de D Anto masqarenhas e sam os recolhidos mais de 20
[21]
e busqão mtos deus nos tenha da sua mão e nos livre do q não
[22]
nos sabemos livar asim vai mto despego na tera os do peqado
[23]
asin q bom he ro ver estas coizas

[24]

Sobre o q vm me aviza do q me diserão não creio nada so do

[25]
credito a nosa boa amizade q e lu da lugar q antre nos
[26]
não aja desgastos nei enbrulhadas pelo q não se lhe de de nada
[27]
as cartas a dona ilena e pedro alves mendei no correo escreverão

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