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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

[1760-1769]. Carta de Joaquim da Silva Freire, bacharel formado em leis, para dona Ana Teresa da Conceição.

Autor(es) Joaquim da Silva Freire      
Destinatário(s) D. Ana Teresa da Conceição      
In English

Love letter written by a bachelor in Law, Joaquim da Silva Freire, to her beloved, Dona Ana Teresa da Conceição.

The author confesses his love and complains about the way she makes him suffer, either voluntarily, or because of her mother, he doesn't know. He alludes to his astute way of getting near her by impersonating an Inquisition official.

In January 1761 the Inquisition learned that a group of men, identifying themselves as Inquisition officials, were inspecting several houses, interrogating the inhabitants and seizing their property. Joaquim da Silva Freire, a bachelor in Law and the son of a High Court judge, was arrested. He confessed he had forged the necessary papers guided by authentic documents kept by his father. He gave the excuse of wanting just to pass a love letter to a woman: if he was to be taken for an Inquisition official, he could give her the love letter disguised as a notification.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Page 7r > 7v

Minha flor

De quem senam da minha pouca fortuna n'esta tam deleitoza, como suave empreza, me queixarei eu, dando ocaziam a meus queixumes, o nam poder conseguir, o q com tanta ancia esperara, q era penhor da sua graça, ou resposta de hum, q a vmce entreguei em o prego, dando para isso sinal qual foi apertar o prego com os dedos quando o entreguei a vmce depois d'isso esperava eu a cada instante q vmce ao menos ou mostrandome da sua janella, ou mandando-me hum recado n'elle me segurasse de q vmce ficava entregue da offerta= nam homem mais infelis q eu, porq logo a primra vez, q o meu arrojo tomou o atrevimto de offerecer a vmce hum escrito, vmce tam sem razão mo rejeitou, nam sei se por nam poder respon-der, ou aceitalo = se por desprezo e castigo do meu atrevimto? suponho q ama causa seria por considerar vmce q me nam podia corresponder, porq se fose por desprezo da ma pessoa, nam me comntribuhiria vmce tam repetidas vezes, a sua doce prezença q suposto dezejara eu estar da parte onde nam correse perigo o estar sempre com os olhos feitos em esse gesto q me captivou e me roubou toda a liberdade: por isso e porq algu-mas vezes vmce me tem apparecido, nam digo bem, obrando, sendo puro sol exercicios de Aurora, desperdiçando tam preciozo orvalho em q eu me dezejo aproveitar, concidero q por algum incidente a snra sua Mai daria com a historia, e sendo assim sinto em extremo, q por meu respo haja de Vmce de padecer alguns impro-perios da snra sua Mai, porem de tudo merece perdam quem reverente pede perdam da culpa commettida: estas e as duvido-zas razoens q me asistem a respeito do q asima relato he o q me move a fazer este procurando por este modo a entrega real e pesoal d'este, pelo q peço a vmce me dezemgane: se me corres-ponde com igual amor, ao q eu lhe sacrifico juntamte com a ma escravidam:, se me desprezou a offerta do escrito por nam po-der corresponder, se por castigo da minha ouzadia: se foi entregue do escrito q a vmce entreguei dentro da carta de prego:



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