PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Facsimile Lines

1659. Carta não autógrafa de António Fernandes da Mata para a irmã, Antónia Fernandes, e sobrinhas, Antónia Vicente e Isabel Vicente.

Author(s)

António Fernandes da Mata      

Addressee(s)

Antónia Fernandes                        

Summary

O autor dá notícias da sua vida familiar no Rio de Janeiro, lamenta a fraca produtividade sacarina e queixa-se da impunidade a que tem assistido por parte das autoridades eclesiásticas face ao marido de uma das sobrinhas. A carta foi escrita por um primo, Tomás Ribeiro.
Page 13r

[1]
Jhũs Maria Minha irmã E sobrinhos

Como a Nao do lima faltou, E foi a Parnãobuco me faltarão cartas suas, nẽ

[2]
o q as devia levar tratou de mas mandar dela como vierão outras por correo
[3]
E como nella devião escrever, o não fizerão nesta frota, q sinti pello mto
[4]
que dezejo novas suas, Delhe Deos a saude E vida, q essas orfans hão mister
[5]
q suposto tronco velho sempre fara sua obrigassão como may, a quẽ mando
[6]
minhas saudozas lembranças E a mas sobrinhas o mesmo E sua irmã E sobri
[7]
nhos juntamte E todos nos encommendamos en suas orassõis.
[8]
Eu passo meus custumados achaques, mas lembrasse Deos de em
[9]
me aviventar tantos, pa ser tambẽ emparo de mas obrigassõis q duas filhas
[10]
Cazei agora tenho outras duas a minha conta E a de Deos primeiramte q são
[11]
a cazada como q se o não fora E sua fa minha neta molher feita E menino
[12]
de que seu pai tão pouco ou nada se lembra nẽ eu tenho esperanças de vir e se Deos
[13]
o levara la onde esta me fizera grde mce são tudo favores do ceo pa meu bem
[14]
que os q nesta Vida tem perfeitos gostos serto he não averem de ter duas glorias
[15]
sendo este mundo Vale de lagrimas.
[16]
Não deixei de fazer mas diligencias o Vigario geral, q não ouve ate
[17]
gora Perlado pa esse bom genro de Vm ser prezo E obrigareno a q fosse fazer Vi
[18]
da sua primra molher, mas as justissas deste brazill são de Compadres, E o inte
[19]
resse fas atabafar tudo. E indo o mesmo Vigario geral a vizitar essas partes
[20]
donde elle esta Cazado, não fes por isso nada, E me disse lhe escapara auzentã
[21]
dosse tudo falso. nesta frota veo Perlado, q parece mais zeloso se se lhe não
[22]
pegar a tinha do interesse espero na Nao do lima novas cartas de Vms E justi
[23]
ficassão, E veremos o q nisto podemos fazer. q bem nos parecemos na boa Ven
[24]
tura filhas q homẽ cria tantos trabalhos, pa tais gostos.
[25]
Sintidissimo fico não poder mandar nestes navios hũa lembranssa
[26]
de amor, he a cauza q neste anno não tive assuquere q pudesse embarcar por
[27]
ser a novidade ruim, E alguã que deu pessimo q mais avião de ser os gastos do
[28]
q elle valiria, assĩ q o vendi aqui a snor de navio q como elles não pagão fretes
[29]
por os levarẽ en nao sua lhe tẽ outra conta q não ao dono do assuquar, E ainda o
[30]
dinhro q por elle me derão, he a pagar daqui a sseis mezes depois da partida. Vira
[31]
a nao do lima q he peçoa serta E nella mandarei, o q puder que ate gora fui
[32]
dezempenhandome de gastos de minhas doensas E algũs negros q comprei fi
[33]
ados que sẽ elles não ha viver nesta terra. E assi escreverei mais largo, E ao
[34]
nosso Padre tambẽ todos lhes mandamos infinitas saudades de amor, E lhes
[35]
pedimos nos encomende a Virgẽ dos martires, E a sto Anto, q tambẽ de ca fare
[36]
mos o mesmo a Cujas peçoas gde nosso snor E lhes de bons sucessos en todas suas
[37]
couzas. Amen.
[38]

de seu irmão d alma
[39]
Anto frz da matta

Text viewWordcloudFacsimile viewPageflow viewSentence view