Sentence view
[1577]. Carta de autora não identificada para [Manuel Reinel], licenciado em Medicina.
Author(s)
Anónima42
Addressee(s)
Anónimo261
Summary
A autora dá notícias suas e da sua família, relembrando ao destinatário pormenores de um envolvimento amoroso entre ambos.
Text: -
• previous
e não ay mais que dar graças a
ds e a nosa sora e roguar lhe que de vida aos vivos
pa servir a ds.
a sora sougra de vosa m que
bem
sentira quãto desgosto senteremos cõ as novas d ese
filho lhe ser
tãmto deshoubidiente e ser feito de sua
vontade pa dar nojato a todos
ele não
fiquou riquo
nem nos o poderemos ajudar ẽ nada
eu a trỹta e
quatro anos
que o não vi nem sei como e feito
ele bem me podia ver a mỹ mas eu a ele não
praza
a ds e a virgem maria que o veja eu cõ vida e desquaço
e que ho tire ds de tanta
poubresa e que não mora a fome
e que se
lẽbre ds
de sua moçedade.
sor por o meu melhor firmado
saberias todas as
novas de minha casa
e da gente que
tinha toda moreo no tempo da peste que foram
hou
to cãtivos braquos e houto negros todos os mais cria
dos ẽ casa
e hũ
não siti tãnto como siti ese que
me dixe ser filho se ho e que era morto
não
sei se deixou algũa cosa nem sei de que moreho
não folgara que
vivera pa por ele saber de todas
vosas merçe e sobre todas saber da sora sua
sougra
como esta se esta mto velha
eu lhe quero mto que
a ningem devo eu
mais que a ela que me deo hũa
albarada de prata quãdo casei e houtrem não
de
vo nada nem valia de meo real
e folgo mto
vm lhe de hũ abraco por mĩ
mto apertado
e lhe beije as mãos muitas vezes por todas e que
lhe dou
novas que estou mto bem ds seja louvado
e cõ mta saude e mto bem desposta e cõ
todos os me
os detes mto alvos e lypos e hando mto dereta
como dira o
filho de vm que bem me vio e
dira se e verdade
e vem labrado de seda e
cosedo
e velado que asi me achou cõ minha soubrinha a qual
he muito honrada e vertuosa e minha amigua e me quer mto e mais
que filha obidemte
e asi meu filho he mto honrado e ami
go a ds
sam me mto obidentes ẽ tudo que
me fazem ser
moça
isto digo que diga vm a sora sua sougra porque
sei que
a de folgar mto asi como eu folgo cõ seu bem
não tenho que mais lhe diga nem a
vosa merçe nem as
soras suas irmãs porque não sei falar por carta o que
quiria
e pa vm seu beijo pois o fez ds tam
desquerto e letrado
ds
lhe de muita vida cõ saude pa
servir a ds e a nosa sora e a todas as soras e
filhos e
netos
lembrame isto que se seu sougro que
ds perdoe deixara
a meu pai o que deixou a quem
o deixou que ele o tevera agoura e não lhe
fizera
o mal que feze por lhe pedirem o seu
eles sam agora
hos mais
riquos e validos cõ o alheho
isto basta
pa vosa merçe.
Sor
hũa liaor medez que foi minha vyzynha se vosa merçe a
vir lhe diga que hos seis mil rs que eu tinha seos que
seu conhado
mos tomou por gestiça por hũa percuraçam
que tinha sua e que lhos não pude
tirar pa lhos mãdar
se ela hi não estever o for morta o escreva ysto a
sua
filha por me fazer merçe e asi as novas de todos
feyta de noite as doze oras cõ muitas lagrimas de
vomtade e saudades
grades que cheguã ao coraçam
Edit as list • Text view • Wordcloud • Facsimile view • Manuscript line view • Pageflow view • Syntactic annotation