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Maarten Janssen, 2014-

CARDS0086

[1819]. Carta de Estêvão Moniz da Silva Botelho, letrado, para José Luís da Silva, negociante.

ResumoO autor escreve a José Luís da Silva, negociante envolvido num processo judicial, para lhe remeter uma carta que recebeu da parte do réu mesmo processo.
Autor(es) Estêvão Moniz da Silva Botelho
Destinatário(s) José Luís da Silva            
De Portugal, Lisboa
Para S.l.
Contexto

Os réus deste processo, Domingos João, Maria Joaquina, Antónia Rosa, Juan Antonio Álvarez, Gertrudes dos Prazeres, Gertrudes Rosa, José Barbosa e António Silvestre, menor de 15 anos (filho de Juan Antonio Álvarez e Gertrudes dos Prazeres), foram acusados de falsificação de moeda. Juan Antonio Álvarez escreveu a Estêvão Moniz, letrado, relatando o caso de que foi acusado. Segundo o seu depoimento, um homem chamado Santa Caloma entregou-lhe umas notas que ele enterrou no galinheiro de sua casa, afirmando desconhecer que se tratava de papel moeda falso. O autor da carta era natural de uma vila na Estremadura espanhola e no seu texto há marcas de castelhano. No fólio 4, do terceiro e último caderno do processo, encontram-se dois exemplares de nota falsa que foram apresentados como prova. Neste processo da Casa da Suplicação, José Luís da Silva, negociante muito conhecido na cidade de Lisboa, foi referenciado como falsificador de moeda.

Suporte um quarto de folha de papel escrito nas duas faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra D, Maço 7, Número 12, Caixa 19, Caderno [1]
Fólios 6r-v
Transcrição José Pedro Ferreira
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização José Pedro Ferreira
Modernização Sandra Antunes
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

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Ilmo Sr Jose Luis da Silva Meu particular e antigo Amo

Hontem de manhaã, tendo sahido à Missa, qdo vim pa Caza, achei essa carta incluza cujo Indeviduo, não conheço, nem sei qm he pelo nome, e pouco depois. vierão dois rapazes, com Fardas de Trombeta de Cassadores, buscar a resposta, e vocalmte lhe disse, q suposto eu o não conhecesse, q não tinha lugar, assestir como Letrado a pergunta, q isto tem lugar qdo menor, e se elle queria reclamar as Perguntas podia fazer qdo fosse chamado pa as rateficar, pr isso q se lhe havião de ler Ora meu Amo Este homem, ou he ladrão, ou algum Tratante, pelo modo com q fala, porem se he certo, o q elle dis a repto do Ministro, talves q sirva a mma Carta de governo, e pr isso lha remetto, pelo Portador. Assim Assim Como eu fui o pro q declaradame disse ter sido assás bem escandaloso, o procedimto q houve com a sua Caza, e athe temerario e errado, assim taobem concebi grde alegria, logo q o vi na 4a fra á noite no Theatro de S Carlos, e cauzou huma alegria geral, q eu presenciei, e tanto meresse a sua bonde e notoria honra.

Eu sou Amo e venedor S C 2a fra Estevão Moniz da Sa Botte

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