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1797. Carta de Manuel José Ribeiro Pontes, padre, para António José Pereira, seu familiar e abade visitador.

ResumoO padre Manuel José Ribeiro Pontes escreve ao abade visitador António José Pereira, seu familiar, a denunciar os ditos de um religioso da Ordem de São Francisco, em relação à suposta obrigação de Deus de resgatar os homens.
Autor(es) Manuel José Ribeiro Pontes
Destinatário(s) António José Pereira            
De Portugal, Barcelos
Para S.l.
Contexto

Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita em três faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra, Cadernos do Promotor
Cota arquivística Livro 418
Fólios 295r-296r
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2008

Texto: -


[1]
Mto Rdo Snr Abbade Vizitador Antonio Joze Pereyra
[2]
Eu não soceguei a respeito daquella nuncia em que lhe falei os dias passados; pelo q escrevi ao Pe Fr Sy-mão pa q me dicesse tambem o seu parecer;
[3]
e como este foi de q fizesse a denuncia, he o q me obri-ga a escrever á Vmce pa a fazer: Pelo q; Denun-cîo á Vmce como Familiar do Sto Officio á hum Re-lligiozo (cujo nome não sei) da ordem de S Francisco ca-puchinho, por lhe ter ouvido proferir algumas propozi-çoens hereticas, cujas propoziçoens vão escriptas na carta incluza, e eu aqui não escrevo por me poupar desse trabalho; aonde tambem acharâ algumas razo-ens q eu dizia á favor do tal proferente;
[4]
e acres-cento às ditas propoziçoens tambem o seguinte; e e, q qdo se falou do peccado original a respeito das mesmas (cuja propozição he a que vay na carta incluza) e q elle disse, q se J Christo nos não resgatasse; ou q se não fosse pela infinita Mizericordia de Ds todos eramos condẽnados; disse o proferente. e tinha obrigação, q con-forme eu entendi, tinha a dizer , q Ds tinha obrigação de nos resgatar.
[5]
E como não sei o Nome do tal pro-ferente, dou pa sinal, q as taes propoziçoens forão pro-feridas no sabbado á noite vespera do Domingo infra octavam Corporis Christi, estando prezentes O Relligiozo Fr João da Cruz Professor de grammatica neste convento de S Francisco da Villa de Barcellos, e Fr Paulo, e mais outro q esteve em parte da conversa cujo nome se não sei,
[6]
e me parece q estava mais algum, ou alguns, e outros, ou Donatos, ou Leigos, ou Relligiozos q passavão.
[7]
E como algumas vezes me tem feito pezo não denunciar áo Pe Mestre Fr Manoel da Comieira Relligiozo, tambem capuchino assistente no Convento da Franqueira, agora o denuncio á Vmce por elle affirmar, q Ds pode livrar áos Condẽnados das penas do inferno.
[8]
Ora se he necessario, q eu va em pessoa, fazer-lhe esta denuncia, ou se he necessario, q eu inquira o nome do tal proferente, ou outra qualquer couza, q seja necessaria pa esta denuncia, assim me avize pa q eu o faça.
[9]
Em quanto a saber o nome do proferente, a eu não ter obrigação de o inquirir, então não o farei, porq me he necessario cautella.
[10]
Estimarei q tenha saude, e me occazioens em q mostre
[11]
sou De Vmce amigo mto obrigado
[12]
Barcellos 19 de Julho de 1797 o Pe Manoel Joze Ribeiro de Pontes

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