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Maarten Janssen, 2014-

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1656. Carta de Dom Álvaro Manuel de Noronha, Senhor de Tancos, Asseiceira e Águias, para destinatário não identificado.

Autor(es)

D. Álvaro Manuel de Noronha      

Destinatario(s)

Anónimo378                        

Resumen

O autor pede vários favores ao destinatário, para si e para terceiros, e queixa-se da sua vida no exílio.

Texto: -


[1]
Duas resebi de vm huma por via de fransico velho e otra nesta posta q não sei donde esteve metida tanto tenpo a q veo pela via do padre da conpanhia porq anbans me mandou o porta letra.
[2]
esta desta posta me dexa ben mortificado pois não poso falar con vm q por carta não se fia tudo
[3]
logo resgei a q vm me mandou pelo risco de a perder,
[4]
eu fico escrevendo devagar a meu cunhado e enviarei as cartas a vm pera lhas enviar.
[5]
estimara eu mto q camillo capeli se for q fale com aquela gente do rosio quando estiveren todos juntos com huma pitisam q alixandre pascali a mto tenpo q anda por estas partes e esta doente e con toses lhe pede lisensa pera se poder ir,
[6]
este he o prinsipal negosio q se pode la fazer ho q lhe limitem tenpo porq seu cunhado não lhe manda con q se posa sustentar, ho obrigem o dito cunhado lhe mande sen escudos de ouro pera cada mes mas sera melhor aver orden pera se ir
[7]
isto he tocante ao negosio.
[8]
do q padeso agora darei conta a vm como maior amigo q tenho e senpre dezejei servir lo
[9]
pela carta q lhe mandei tradozise entedera o como esta este omen rexeluto
[10]
e nesta posta tive huma pior
[11]
e a minha gente me aviza de veneza o mal q lhe acode e q padese
[12]
e creo q de desgosto me moreo a minha negra q com tanto gosto a mandei buscar do q estou ben sentido
[13]
a pa q o disgosto me não mate a mi e me não saia de ancona como me sai, ja de rroma se bem este mercante ainda este mes me pagou
[14]
não sei o q podera fazer
[15]
se vm achar pesoa nesa parte que me enpreste seissentos escudos farei procurasam a camillo capeli pera me vender sen mil reis de juro en portugal
[16]
e não se canse vm en traduzir a carta q en man propia se pode dar dizendo o q ei pasado e o q me a sosedido
[17]
esa carta me fasa vm m de a dar ao snor enbaxador e se me responder vm me mande a resposta a ancona sen nome
[18]
suposto D baltezar se fora nesta enbarcacam q esta a carga en liorne se tivera orden de o poder mandar mas não ten dinheiro pera q posa fazer corentia, e enbarcarse
[19]
vm me de algumas novas porq se dis q he levantado o reino de aregam
[20]
e desa caria tanben como esta da peste q serto q não podia vir en pior tenpo
[21]
Des a queira livrar e dar a vm mta saude
[22]
eu fico com ela pera o serviso de vm e lhe peso me não falte com novas suas q so elas me aliviam e as creio
[23]
e creame vm q dispois q estou neste lugar não paso hun dia alegre cudando o q me pudia fazer este ome en rroma o faltarme con as mezadas como oje me ameasa
[24]
serto tinha o morer de paxam
[25]
e asi vm me disculpe com o snor enbaxador e lhe so me fique meu dezejo
[26]
e deste lugar me partirei como en veneza deren pratica porq me não meto a fazer viazem
[27]
porq não me bastea o animo estar corenta dias en lazareto porq de malenconia morerei
[28]
vm escreva ao framengo como quen lhe da por nova e lhe diga q o noso enbaxador enformado q cazava eu en veneza me mandara notificar q não cazase fora do reino sen orden d el rei e dentro en dois anos me fose a portugal
[29]
se isto não prejodicar a vm peso o fasa porq me serve de grande otilidade
[30]
gde Des a vm
[31]
ancona 20 de agosto de 656
[32]
a carta vai aberta
[33]
lea vm e serea
[34]
Clo. de vm D Alvaro Mel de nra

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