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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1560

[1702]. Carta de Filipa Maria para Manuel Soares Brandão, médico.

ResumoA autora pede esmola ao destinatário para ir para casa de um tio, em Castelo Branco, pois é órfã e a família que lhe resta em Lisboa foi presa pelo Santo Ofício.
Autor(es) Filipa Maria
Destinatário(s) Manuel Soares Brandão            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Processo relativo a Manuel Soares Brandão, médico de 56 anos de idade, natural de Avis e residente em Lisboa, preso pelo Santo Ofício, sob acusação de judaísmo, em 1702.

A presente carta, inclusa neste processo, é de Filipa Maria, que ficara, pela morte de seus pais, à guarda da sua irmã, Catarina Maria e do marido desta, Gaspar de Sousa, também médico. Tendo Catarina Maria e Gaspar de Sousa sido presos pelo Santo Ofício por judaísmo (a 28 de agosto e 2 de setembro de 1702, respetivamente), Filipa Maria ter-se-á dedicado a escrever cartas a várias pessoas, pedindo esmola para ir para Castelo Branco, onde alegava ter um tio que poderia acolhê-la.

O seu irmão mais velho, o soldado João da Costa, parece ter-se entregado igualmente a esta tarefa, pois Manuel Soares Brandão menciona nas contraditas do seu processo que este o visitara com o mesmo fim. Terá sido a má receção do médico aos seus pedidos de esmola o que levou Filipa Maria e João da Costa a acusá-lo de judaísmo após a sua própria prisão (a 11 e 12 de outubro de 1702, respetivamente). Manuel Soares Brandão foi preso um mês depois.

Embora não seja mencionada diretamente nas contraditas, a presente carta terá sido utilizada como prova, conforme sugere a indicação no topo "Carta da quinta testemunha, Filipa Maria". Constam do processo de Filipa Maria outras quatro cartas (PSCR1561 a PSCR1564), remetidas pela autora a diferentes destinatários, que as expediram aos inquisidores, alegando não conhecer a jovem nem os seus familiares.

Suporte um quarto de folha de papel dobrado, escrito na primeira face e com o sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 2110
Fólios 202r-203r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2302019
Transcrição Maria Teresa Oliveira
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Catarina Magro
Data da transcrição2016

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O Dor Manoel Soares Barandão gde Ds Mos @ De Mel Soares Bran dão Meu sor

quem a vmce lhe fas suplica lhe fillipa maria fa de Mel da Costa solisitador de cauzas q q pela morte de meu pay e pricão de meos hirmaos he hirmãa he tio o Dor gaspar de Souza Toles fiquei tam dezenparada q no Mundo ha semilhante desenparo he pa fugir a tantas penas me he forcozo valerme do seu emparo pla Sua grande grandeza me mande huma esmola pa ajuda de pasar daqui pa Castelo branco aonde tenho hun tio pelo portador q he de caza pode Responder com o q for servido e fico pedindo a deos lhe aumte a vida he saude

serva de vmce felipa Ma

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