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Maarten Janssen, 2014-

PSCR2568

[1724]. Carta de Luís António José, alfaiate, para Antónia Teresa de Jesus, sua mulher.

ResumoO autor pede à mulher que lhe envie camisas e meias uma vez que se encontra fugido da prisão.
Autor(es) Luís António José
Destinatário(s) Antónia Teresa de Jesus            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Este processo diz respeito a José Leitão ou Luís António José, como também era conhecido. O réu era um alfaiate, cristão-velho, de 25 anos de idade, natural de Quintãs (bispado de Lamego) e morador em Lisboa, no Rossio, em casa de Gregório da Silva de Azeredo. Era filho do oleiro Manuel Luís Nabais e de Ana Cardosa. Foi acusado de bigamia por se ter casado uma segunda vez com Antónia Teresa de Jesus, com quem esteve casado apenas cerca de um mês, sem fazer vida marital, antes de ser preso, sendo ainda viva a primeira mulher, Maria de Magalhães, "a Pimenta" de alcunha, com quem foi casado por seis anos e de quem teve dois filhos que faleceram. Segundo Maria de Magalhães, o seu marido ausentara-se por ter cometido alguns crimes na terra. Dois anos depois, voltara a casar-se. Apresentando à Mesa da Inquisição como prova a carta escrita por Umbelinda da Cruz ao filho (PSCR2567), José da Costa Ribeiro, tio da segunda mulher do réu, denunciou-o por bigamia dizendo em seu testemunho que este tinha estado preso na cadeia do Tronco em Lisboa por ter sido encontrado com Antónia Teresa de Jesus, sua sobrinha, em sua casa em Loures. Disse também que, sendo feito o casamento dos dois na prisão, e estando o réu muito doente, com uma febre aguda, foi libertado, passando a viver com a sobrinha em sua casa. Soube-se depois que estava a usar nome falso e que já era casado, pelo que o réu fugiu e se escondeu em parte incerta. Em depoimento posterior, José da Costa Ribeiro disse ainda que o réu fingiu trocar cartas com um seu irmão com o mesmo nome do seu pai (PSCR2570 e PSCR2571), onde tentava fazer acreditar que não tinha impedimento algum na cidade em que morava, o que ficou provado por perícia dos inquisidores. As falsas cartas foram encontradas na mão do soldado de armada, filho do denunciante, Bernardo da Costa Ribeiro, o qual as entregou ao pai, que por sua vez as deu à Inquisição. O réu disse não saber ler nem escrever (quando algumas testemunhas já tinham dito que o sabia fazer e existiam cartas suas a comprová-lo). Consta ainda do processo, por depoimento de algumas testemunhas, que o réu já tinha intenção de cometer bigamia porque antes de se casar com a segunda mulher já tinha ajustado casamento com uma Maria Micaela, filha de José Luís (sombreireiro), e que tentou subornar e manipular as ditas testemunhas para que fossem jurar que ele era viúvo e que nunca tinha sido casado com Maria Magalhães, apesar de terem filhos juntos. Apesar de o réu se ter entregado à Mesa do Santo Ofício, em auto-da-fé de 6 de Maio de 1725 foi condenado a abjuração de leve, degredo para a Praça de Mazagão por 6 anos, penitências espirituais e pagamento de custas.

Suporte meia folha de papel dobrada, escrita na primeira e na última face.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 3351
Fólios 8r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2303303
Socio-Historical Keywords Raïssa Gillier
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2016

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sem que vmce qua Manoel etc Manoel Inaseo o sene na sei que conten Anto da Costa Não sei quando verei quara san ta na santa na sam como e de va ler au outo Antonio da Costa Ribeiro Morador na rua dos Canosto Antonio da Costa natural dou

Minha rica Antonia do Meu corasão peso q me não tenhas a mal o auzentrame heu desa caza porq o Azentrame desta sorte he porq ontete os parentes me quizerão perender porque onte vinde eu das gales De saber adonde morava o escrivão dos cativos topei com o trador do Brenardino e nas palavras q ele me deu entendi q se hia pa caza me prendia com qd Asim peso pelo Amor de de Ds q te não agastes q heu sabado q vem que não pode Cer primeiro escrevo pera a minha terre pa me vir huma Certidão do parrico pa com ela acalrar A minha verdade diente deses senhores porq se tu avias de ter sentimto e eu estar em huma prizam milhor he ter pena em eu Andar por fora q em cudar em hum mes te não hei de ver se me fas o Meu Corasão em coartos e tu me mandaras a tizeura e mais me manda huma camiza das de Bretanha q eu vou fazar as obras a caza donde esta o ferro emcoanto não chega a certidão da terra q não pso hair pa com a camiza q ca tenho sem q leve outra por sima e me mandaras o Meu chapeo q ja tenho cabaleira e duas camizas q me ficarão na cama tomaras conta delas Antes que levem ma Caminho e Mandame dizer se temis alguma milhora Até a misa ta mandei ente dizer em Santa justa e cando me quizeres escerver mandame a carta a caza do o francisco e mandame humas meias e e com isto Ds te de as milhoras q te dezejo des teu marido

Luis Antonio Joze

pelo mesmo portador me rremeteras iso q mando pedir q ele me sera anterge e as cartas da ma terr ja me estão emterges mas inda la não sabem se não da prizão


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