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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1399

1672. Carta de Raquel Castaños para Paulo Jácome Pinto, representante dos judeus portugueses.

ResumoA autora recorda o envio de certa mercadoria ao cuidado do destinatário.
Autor(es) Raquel Castaños
Destinatário(s) Paulo Jácome Pinto            
De Suriname
Para Holanda, Middelburg
Contexto

Perante a suspeita de as comunidades sefarditas traficarem mercadorias e informações em prejuízo da Coroa inglesa, várias embarcações procedentes ou destinadas à Holanda por sua conta foram intercetadas. Efetivamente, as disposições constantes nos Atos de Navegação de Cromwell proibiam o trato comercial das colónias inglesas com a Holanda, a Espanha, a França e respetivas possessões ultramarinas. Os processos instaurados, à guarda no Supremo Tribunal do Almirantado, surgem no contexto de quatro momentos de grande crispação entre aquelas duas potências: a 2ª Guerra Marítima Anglo-Holandesa (1665-1667); a 3ª Guerra Marítima Anglo-Holandesa (1672-1674); a Guerra dos Sete Anos (1756-1763); e, por fim, a 4ª Guerra Marítima Anglo-Holandesa (1781-1784). A documentação encontrada a bordo e preservada em arquivo - correspondência particular e registos de carga - constituiu testemunho documental da prática dos crimes de contrabando de mercadorias em alto mar. As cartas aqui descritas são ainda demonstrativas da qualidade das relações mantidas no seio de famílias sefarditas (judeus e conversos), com existência de redes estrategicamente distribuídas: de um lado, os colonos posicionados abaixo da linha do equador, mais precisamente numa área das Sete Províncias das Índias Ocidentais (o Caribe), no âmbito das possessões ultramarinas holandesas; do outro, familiares e parceiros de negócio, situados nos principais portos no Atlântico Norte, importantes centros de atividade financeira e mercantil. Há inclusivamente em algumas destas cartas vestígios de empréstimos lexicais feitos ao inglês e ao neerlandês. São disso exemplo algumas palavras do campo léxico-semântico do comércio, como as ocorrências “ousove” e “azoes”, que remetem para o inglês “hoshead” ou o neerlandês “okshoofd”, uma medida antiga de volume. No presente caso, estamos perante um conjunto de cartas que viajava a bordo das embarcações holandesas Het witte Zeepaard, Bijenkorf, Fort Zeeland e Gekroonde Prins. Provinham do porto de Paramaribo, com destino a um importante porto estratégico da Companhia das Índias Ocidentais - Flushing, na América do Norte -, através das Caraíbas.

Paulo Jácome Pinto, o destinatário de muitas das cartas que compõem este conjunto apreendido em finais do século XVII, foi um judeu português de grande relevância política e social, por ter representado os judeus residentes na Nova Zelândia e negociado a colonização de Caiena com as comunidades judaicas oriundas do Brasil e de Livorno (Oppenheim, 1909). Desempenhou ainda um importante papel nas redes comerciais estabelecidas entre judeus, em particular no que respeita ao escoamento de matérias-primas a partir das colónias ultramarinas, tendo por destino as principais praças europeias.

HELLER, Reginaldo (2008). Diáspora Atlântica. A Nação Judaica no Caribe, séculos XVII e XVIII. [tese de Doutoramento em História]. Niterói: Universidade Federal Fluminense.

Suporte meia folha dobrada de papel de carta escrita no rosto do fólio [1] e no verso do fólio [2].
Arquivo The National Archives
Repository Records of the High Court of Admiralty
Fundo 30/223
Cota arquivística Part 10 of 13
Fólios soltos
Socio-Historical Keywords Ana Leitão
Transcrição Ana Leitão
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Ana Leitão
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2015

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Ao señor paulo jacome pinto gde deus Com o mestre q Deus leve em pas em medelburgo señor paulo jacome pinto serinan 20 de setienbro 1672

por o navio que partio do capitãn suitilinge en 30 de agosto escrivi a v m do que se ofresia y agora faso estas quatro Regras para dar quuberta ao segundo conesimento de un baril de asucar que en dito asima enbarquei con tt 610 nto marcado con RC a consinar a david de montesinos que v m o Resebera y tera à sua orden y como digo o teño feito não so mais larga so Reencomendar me eu y a minha filha muy de corasan en merse da señora prima y tia y pficamos con grande quydado que deus nos alegre con bon suseso que se ay tido na gera y nos sustente a todos con pas y saude y v m a gose largos y felises anos

de v m Raquel castanos

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