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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1339

1610. Carta de Rui Fernandes de Castanheda para o seu tio, João de Vitória.

SummaryO autor queixa-se ao seu tio por este ainda não ter entregue ao destinatário uma carta que ele lhe enviou.
Author(s) Rui Fernandes de Castanheda
Addressee(s) João de Vitória            
From S.l.
To [Lisboa]
Context

O réu deste processo é João de Vitória, biscoiteiro, preso pela Inquisição por judaísmo em Abril de 1620. Miguel de Sousa Santiago, genro de João de Vitória, assistiu, numa noite em que se encontrava na casa de uma das irmãs do réu, a uma conversa entre as primas da sua mulher, Joana de Vitória, que o fez suspeitar que estas eram judias. No dia seguinte, quando foi falar ao sogro sobre o que ouvira, João de Vitória disse-lhe que não contasse nada à Inquisição, pois, se o fizesse, seriam todos perseguidos. No entanto, Miguel de Sousa Santiago foi convencido pelos seus confessores a acusar a família, o que ocorreu em 1616. Isto resultou na prisão de duas irmãs e quatro sobrinhas de João de Vitória, e de outros familiares seus, os quais, por sua vez, o acusaram de judaísmo, levando à prisão de João de Vitória. Esta carta, escrita em 1610 por Rui Fernandes de Castanheda, sobrinho do réu, encontrava-se entre outros papéis que João de Vitória entregou na mesa da Inquisição, para sua defesa, meses antes de ser preso, devendo servir como prova de que os dois eram inimigos, no caso de o seu sobrinho testemunhar contra ele. Nela, Rui Fernandes de Castanheda dizia que quisera levantar um falso testemunho contra João de Vitória, por este não o ter ajudado quando esteve preso. Rui Fernandes de Castanheda foi preso um mês depois do seu tio, quando se encontrava a caminho da Galiza para cobrar uns precatórios. João de Vitória faleceu no cárcere em agosto de 1625, mas o seu processo decorreu até 1638, sendo ele relaxado à justiça secular em efígie.

Tem acrescentada uma certidão escrita pelo tabelião Cosme Carvalho, garantindo a autenticidade do documento.

Support uma folha de papel dobrada escrita na primeira face e com sobrescrito na última.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Lisboa
Archival Reference Processo 7129
Folios 23r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2307199
Transcription Maria Teresa Oliveira
Main Revision Raïssa Gillier
Contextualization Maria Teresa Oliveira
Standardization Raïssa Gillier
Transcription date2016

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Pa se dar na mão do snõr meu tio João de Vitoria q ds gde etta

Serto que espãotado estou do pouco caso que vm fas do mizerzo estado en que estou pois sabe que estou padesendo nesta prizão e antaõte lhe mandei ho escrito en que me obrigava a lhe dar satisfacão de dous mil rs de tomas ribro e vm ate guora não falou com simão gomes nem lhe deo o escrito paresendolhe que pouco vai que eu acave a vida sei en que algũ ora não descansei di noite e de dia ate ver a vm solto que juro a magestade devina que me meteo o diavo serta tentasão de me vingar perder a alma posto que alevaotase falso testemunho e quebrase dois holhos a somte por quebrar a outrẽ e pa fazer mal pouca coiza basta pois que omẽ dezesperado pouco lhe da vida vm per amor de ds dei logo ese escrito de tomas ribro a simão gomes e lhe rogue muito que qe faca a diligensia e aja de prezo que ha mes e meio que aqui estou padesendo a fome a quẽ noso sõr livre de prizõis etta

e a 9 de maio de 610 de seu sobrinho Rui frz de castanheda

Legenda:

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