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Maarten Janssen, 2014-

Sentence view

1617. Carta de António Álvares Cardoso, padre, para João Álvares Brandão, inquisidor de causas ocultas.

Author(s) António Álvares Cardoso      
Addressee(s) João Álvares Brandão      
In English

Private from António Cardoso Alves, priest, to John Álvaro Brandão, inquisitor of hidden causes.

The author apologizes for missing a complaint session, pointing out that he was sick.

The files 2388 and 4203 of the Lisbon Inquisition are related, since their defendants ‒ Antonio Álvares Cardoso and Alonso Carrillo de Albornoz, respectively ‒ were denounced by the same person, Fernando de Ataíde Vasconcelos, an accusation that also involved Mariana Galindo and António de Cáceres. They were among the various members of a group that was said to practice witchcraft, and exchanged correspondence with each other. Fernando de Ataíde Vasconcelos was invited to one of their meetings, in March 1617. Since then, some of the letters were also sent to him, being later included in the files as criminal evidence against the people he denounced. Father António Álvares Cardoso was arrested in 1618. Alonso Carrillo de Albornoz, Spanish, resident in Lisbon and a professional comedian, who signed his letters as Martim Lopes, was also found guilty of witchcraft and sentenced to exile for eight years to the island of Príncipe.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Text: -


[1]
Com mta Rezão se pode vm queixar de o não buscar mtas vezes, mas como nas horas em q eu o podia fa-zer tendo saude vm era ocupado, o deixei de fa-zer,
[2]
Agora desd o natal pa não tive dia de saude,
[3]
e passa de cinco meses q não fui fora desta casa mais q hũa vez q me foi forçado,
[4]
e vim com mais de vinte empollas mores q camarinhas q todas vierão a furo e de novo me empossebelitarão pa me poder calçar,
[5]
pello q tenho çertas cousas tocantes ao sancto offiçio, com mto largas tas e mto mor prova,
[6]
e tambem tocão a vm pello q me vai mto mais em as tratar ainda q he com mto Risco de minha vida sabendosse por qualquer via q for por quanto se fiou esse negocio de estando eu na ca-ma,
[7]
e não foi possivel hir eu fora como açima Digo pellas sobredittas Rezõis, e porq tambem alem de vm toca a çerto inquisidor q eu não creio,
[8]
mas fazendosse Deligençia as tas falarão,
[9]
mas o inquisidor procurava proveito e honrra, e a vm procuravão lhe morte, dizendo mais mtas deshonrras contra vm, a q eu acodi como tenho obrigação fazer sempre pellas cousas de vm ainda q eu saiba ser assi o q disserã, quanto mais sendo a mor mintira que se podia invẽtar
[10]
pello q vm mo faça em me mandar dizer se por escrito posso declarar a vm o q he, e quẽ he, e as tas q são, e q disto sabem porq me disserão q andava da boiant esta gente,
[11]
e declaro q não he gente da nação mas ja algũ esteve ,
[12]
vm lhe conheçe a letra,
[13]
e mostrarei tambem algũs escritos seus,
[14]
por este me pode vm avisar de sua saude e de q nisto posso fazer q será mto grande serviço de des acodir a tanto mal,
[15]
mas eu fico então aRiscado, e não escaparei se isto se sabe algũ dia,
[16]
e porq não quero enfadar mais a vm com pallavras, peço a vm me avise, do q farei pois não posso sair de casa
[17]
E isto Nosso sor faça a vm mo grande perlado pa a todos nos fazer m
[18]
em sesta fra 23 de setembro de 617 Cativo de vm
[19]
O pe Antonio Alvres Cardozo!

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