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Maarten Janssen, 2014-

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1822. Carta de Gertrudes Rosa da Conceição, presa, para António José Ferreira, caixeiro, também preso.

Author(s)

Gertrudes Rosa da Conceição      

Addressee(s)

António José Ferreira                        

Summary

A ré, presa, informa o amante das condições em que está e exprime o desejo de ver o marido morto.

Text: -


[1]
Meu adorado bem
[2]
Ca recebi a cua vejo o quanto me dis
[3]
ademirame Vmce diser q eu onte estava alegre
[4]
pareceme q alegria pa mim ja ce acabou
[5]
o q lhe poco diser q nunca em minha vida não vi nem ovi o q aqui te visto e ovisto
[6]
onte a noite veio pa ca pa baixo 16 molheres tam perdidas q era huma conciencia
[7]
não ce pode durmir nada
[8]
eu estive toda a noite como agora
[9]
do q Vmce me dis d eu pedir merzircordia o diabo q ei de eu pedir
[10]
c ele he hum home falto de relegião como pode ele ter do de nos
[11]
ele fes isto pa ce vingar de Vmce
[12]
porq lhe dice o tomas o q Vmce lhe dice na loje de mim porq vevia na disconfianca q eu falava aos meus parentes
[13]
aqui esteve o francisco das moralhas do carmo onte e me dice q ele hera hum home muito máo q ningem ce capacita de tal q bem ce ve q isto foi falcidade dele mas q ele esta tão teimoso q não quer cenão q eu va pa convento
[14]
e dis q la me da tudo e ca q não me quer dar nada
[15]
eu ja dice q não quero hir pa convento
[16]
esteve agora ca o irmão dele
[17]
diceme q ele pos la a filha
[18]
ja a não tem in casa
[19]
e diceme q foce eu pa o convento q me hera milhor porq me ariscava a cahir me huma centenca
[20]
eu lhe dice q agora tinha vindo abrir os olhos ja não tinha medo porq estava aqui huma q não estava com o marido pois lhe tinha fogido havia 9 meses e q veio presa e q lhe cahio hir por 5 annos pa castro marinho q eu fasia de conta o mesmo e q era o pago q ele me dava
[21]
acim eu não lhe quero pedir porq não quero q diga q eu estou compeles
[22]
eu ainda q estou mto ismorecida não o mostro pa as pecoas conhecidas dele porq cempre me queixo mto dele
[23]
ele dise o irmão q eu o disconpunha em cartas q lhe iscrevia q em ves d eu pedir merzircordia q ele antão me pordoava q ainda o iritava
[24]
eu estou a conta de Ds e de Vmce
[25]
o q lhe peco he q me não iscandelise pois cabe como eu estou q istou pior do q Vmce porq Vmce he home eu sou molher
[26]
porq Vmce dis q esta perdido pa amor de mim
[27]
iso não he asim porq ce Vmce esta pa amor de mim eu estou pa amor de Vmce
[28]
acim contentemosnos ambos com a noca corte e o mais deixemo a Ds
[29]
o q eu desigava hera haver quem lhe tirace agora a vida q CSo acim herãomos livres
[30]
aDs ate a vista q não cei quando cera
[31]
não repare em o papel hir cugo porq estava huma bebada e mo calpicou todo
[32]
aDs aDs aDs aD aDs aDs aDs
[33]
não ce isqueca de mim porq eu tambem me não isqueco da cua pecoa
[34]
olhe q ate o cafe daquele dia em bul de prata ate iso handa a publico

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