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uma folha de papel dobrada, escrita em todas as faces.
sete linhas em branco entre a cruz do cabeçalho e o início do texto.
cruz
O autor dá instruções ao destinatário sobre como se defender e quem acusar de modo a livrar-se da perseguição inquisitorial.
Reproduções não dispensam licença da DGARQ/TT.
O meirinho do Eclesiástico da comarca de Valença do Minho, Gaspar de Passos Figueiroa, foi preso por mandado do arcebispo de Braga na sequência de denúncias que punham a descoberto irregularidades no desempenho do seu ofício. Com efeito, não apenas ousou revelar vir, no ato de prisão de certos cristãos-novos, da parte do Santo Ofício, como ainda se deixou subornar ao libertá-los mediante a aceitação de uma quantia avultada ‒ "um saco de comprimento de um palmo e meio", quase cheio de algumas peças de prata.
A correspondência incorporada no processo foi voluntariamente entregue pelo próprio réu. Reflete a violação do juramento de segredo, com transmissão de detalhes acerca de certos procedimentos judiciais. O réu confidenciou pormenores sobre a sua situação perante a justiça inquisitorial, recebeu avisos, recomendações e informações cruciais acerca das testemunhas acusatórias e suas maquinações – entre as quais o abade de Sampaio, Pedro de Araújo, o abade Tristão de Castro e o vigário de Riba de Mouro.
Em sessão de 9 de novembro de 1607, Gaspar de Passos confessou ter-se correspondido com o irmão, Baltasar da Rocha, e o primo, Manuel Soares, os quais lhe tinham feito chegar umas cartas havia um mês, por intermédio de certo indivíduo de Valença, quando, à data, já estava preso na cadeia pública da cidade de Braga. Confessou que ainda destruiu algumas cartas, mas preservou outras que entregou ao alcaide dos cárceres inquisitoriais de Coimbra, juntamente com outros papéis, quando ali deu entrada.
Instructions letter sent by Manuel Soares to his cousin, Gaspar de Passos Figueiroa, a bishop's bailiff
The author instructs his imprisoned cousin on how to act and who to blame in order to get free from the Inquisition.
Gaspar de Passos Figueiroa, a bishop's bailiff, was arrested by the Inquisition under the accusation of receiving bribes from some New-Christians he was supposed to arrest, allowing them to flee instead. He was also accused of contacting his own family by letter when he was already in prison; indeed, the Inquisition prisoners were not allowed to reveal "the Saint Office's secret".
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