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meia folha de papel dobrada, escrita no rosto e no verso.
sem mudança de linha entre a fórmula de endereço e o início do texto.
cruz
O autor pede à mãe que convença o pai a escrever-lhe para que ele possa ter notícias da família. Diz que, embora esteja de saúde, tem estado muito desconsolado.
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O autor das cartas é filho do réu deste processo, Gaspar dos Reis. O réu, cristão-novo, mercador em Évora, foi acusado de judaísmo, heresia e apostasia, pelo que foi preso a 10 de junho de 1668. No momento em que foi preso, tinha consigo uma caixa de tabaco, uma bolsa com 3216 réis, uma moeda de 5 tostões e alguns papéis. No auto-de-fé de 21 de setembro de 1670, foi condenado a abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo, penas e penitências espirituais e instruído nos mistérios da fé.
O réu, a sua mulher, os seis filhos de ambos e respetivos cônjuges foram todos acusados de judaísmo: Diogo dos Reis, ourives, casado com Maria Duarte; André Lopes, 20 anos, solteiro; Matias dos Reis, 17 anos, solteiro; Maria Pinta, casada com o primo André Lopes, médico; Clara Nunes, casada com o primo Manuel Lopes, tratante; e Ana, de 5 anos.
Manuel Pinheiro, estudante universitário, de 22 anos, filho de Gaspar Pires Pinheiro fora também acusado no processo de ser judeu e medianeiro de cartas e recados que levava à prisão. Esta e outras testemunhas confessaram ter-se achado em presença do réu, do seu filho André Lopes e de outros familiares, dizendo que todos eles declararam acreditar e obedecer à lei de Moisés.
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