PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

CARDS7092

[1817]. Carta de Jacinto Júlio de Queirós Moura, estudante, para a sua amante, Josefa Viana de Campos.

SummaryO autor mostra-se ressentido por insinuações que leu em carta da sua amada.
Author(s) Jacinto Júlio de Queirós Moura
Addressee(s) Josefa Viana de Campos            
From Portugal, Coimbra
To S.l.
Context

Os réus deste processo são Jacinto Júlio de Queirós Moura, estudante de Direito em Coimbra, e Josefa Viana de Campos, sua amante, ambos acusados de adultério. Jacinto Júlio de Queirós Moura foi também acusado de propinação de veneno e premeditação da morte do Dr. António Joaquim de Campos, marido de Josefa Viana de Campos. No processo da Casa da Suplicação foi incluído o desenho de uma pistola, encontrada na posse de Jacinto Júlio Queirós, uma amostra do veneno utilizado, bem como várias cartas usadas pela acusação para provar o adultério.

Support meia folha de papel dobrado escrita em todas as faces.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Collection Feitos Findos, Processos-Crime
Archival Reference Letra J, Maço 129, Número 32, Caixa 345, Caderno 3
Folios [15]r-[16]v
Transcription Ana Rita Guilherme
Main Revision Cristina Albino
Contextualization Ana Rita Guilherme
Standardization Raïssa Gillier
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2007

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.

Ma queridinha V.

Recebo com prazer tuas letras q prezo, e amo como dictadas pelo teo C vejo igualmte o q me dizes e na alma sinto o fazeres de mim tão triste ideia porem paciencia; deves saber, q eu hontem te occupava prq J. M. orfão não me deo hontem a mezada e o Estude queria hontem enfalivelmte o dro porem como não se arranjam hontem e recebendo eu hoje a ma mezada ja não percizava do teo obzequio tanto assim q ja te escrevia e na Carta em q te dizia isto mmo deves porem ficar certa q ma Mai me tem aqui establecido hua mezada de quatro moedas e não me da mais prq cre, e cre bem q com ellas posso passar decentemte pela leitura da tua collijo que assentaste que eu era na ma Patria hum pobretão não sou mto rico tenho porem para passar sem favores, eu bem sei q hum homem pobre não faz figura, eu contudo dezejo antes fazella de honrado do q de rico. Ficote sumamte obrigado pela lembrança Do Lab porem igualmte sinto não poder recebello como offerta tua prq ma Mai sabe perfeitamte q com o dro da mezada o não podia comprar e por isso era me necessario mandarlhe dizer que mo tinhão dado; não duvido q se eu pessoalmte a podesse imformar de qm tu eras ella com gosto receberia mas como não posso por isso remeto não me esquecendo do mto q me obzequiavas porem como ja a alguns corros lhe pedia dro pa o comprar, e pa pagar algns livros entre ao do entre a tua q creio são quize mil rs logo que elle me chegue prompte te satisfaço, prq nunca foi tenção ma levarte em tal emprestimo; ficote mto obrgd pelo A b C eu pedi ao Caixro do Miranda q me mandasse fazer hum a Mezericordia com q creio q não tarde e pr isso escuzas ficar obrigda a tua Ama Tenho grande sentimto em me apartar da tua vista pr alguns dias porem o Toscano faloume hoje pa eu hir manhã com elle estar algs dias em Cantanhede, eu verei se lhe escapo manhã porem se não poder demorarmehei pouco tempo; dezejo q neste entanto logres saude e q de mim faças ideas mais honradas. Esta Carta foi feita hontem logo que recebi a tua; agora acabo de falar com Manoel Maria e ja não vamos hoje mas amanhã infalivelmte e Ds queira q me não seja necessario hir mais longe como julgo hirei e com demora de baste tempo e talves dias... Espero q a ma V. se não escandalizará pr lhe remeter o a b c prq estou a espera de outro e do chale não pr o q ja dice mas mmo minha Mai com as suas pobrezas inda terá com q compre outro, "certas ideias me atormentão; "eu penco q tu não hes pinga nem pobre "mas mto estragado" estas fataes palavras q na tua me dizias inda rezoão em meo C e sempre dellas me lembrarei sei taobem q qm he pobre não fas figura, eu não pertendo figurar em Coimbra não obste deves saber q eu com a ma pobreza na ma terra se quizer cazar tenho com qm e não te persuadas que eu quero cazar comtigo elevado das tuas riquezas mas sim prq te amo mto comtudo a tua Carta que tenho lido mtas vezes abreme os olhos e dame a conhecer... não te enganes tu ficando Viuva não faltara com qm cazes milhor do q comigo; eu hoje hirei ahi a hum hora para me despedir se me quizeres falar estimalohei mto

ADs

Legenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Download XMLDownload textWordcloudFacsimile viewManuscript line viewPageflow viewSentence view