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Maarten Janssen, 2014-

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1593. Carta de Domingos Coelho, barbeiro, para Fernão Rodrigues, confeiteiro.

SummaryO autor pede auxílio a um seu conhecido no que respeita a factos sobre a sua detenção e o seu crime.
Author(s) Domingos Coelho
Addressee(s) Fernão Rodrigues            
From Portugal, Porto
To Portugal, Setúbal
Context

Domingos Coelho, barbeiro e réu deste processo, residia em Setúbal, onde casou com Mécia Gomes. Embarcou na “Jornada de Inglaterra”, ou seja, na Invencível Armada, a bordo de um galeão capitaneado por Gaspar de Sousa. Doente, acabou por ficar a convalescer na Biscaia, de onde regressou a Setúbal, não encontrando lá a sua mulher. Segundo o que apurou, ela tinha ido para um hospital de Vila Viçosa curar-se de uma doença. Seguindo no seu encalço, tornou a não encontrá-la e acabou por ficar em Évora por ano e meio, até que soube por outras pessoas do falecimento da mulher de um barbeiro de Setúbal, pelo que se convenceu tratar-se da sua Mécia Gomes. Prosseguiu com a sua vida, instalando-se posteriormente no Porto, onde casou com Maria Cardosa. Só depois de denunciado por bigamia e preso no aljube do Porto é que parece ter tomado consciência de que Mécia Gomes estava ainda viva e do crime em que incorria. Ao longo dos interrogatórios, foi várias vezes criticado pelos inquisidores por tão facilmente ("levemente") ter acreditado na morte da sua primeira mulher.

Support uma folha de papel escrita em ambas as faces.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Coimbra
Archival Reference Processo 467
Folios [11]r-v e [12]r
Socio-Historical Keywords Tiago Machado de Castro
Transcription Tiago Machado de de Castro
Standardization Catarina Carvalheiro
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2013

Page [11]r > [11]v

Sñor

Não faso esta pra mais q pra dar novas de mim a vm Demais são estas per meus pequados fico prezo pasando muita nisisidade sem ter quem fasa couza algũa por min mais q a mezelicordia de noso sõr por hũs homes q vierão desa terre despois q vim da armada falei dous omes q me disserão q era mesia gomes morta e portanto me atrevi a fazer ho q fiz sem ter culpa despois q me derão novas de la fui ter eles emformarme achei q era a molher do alfaatinho berbeiro emguanarao me a mim e a si por onde eu não tenho culpa mas ja q meos pequados asi o quizerão he ca prezo nom morto não presto para nada peso a mim por amor De noso sõr que fasa de sua parte mesia gomes q por amor de noso sor me perdoe he digua q não e casada comigo porq se asi não fizer terei mto traulho e sem culpa pois me emguanarão por q asi o escrevo a meu compader andre albres e a minha comadre guiomar de fransa he vosa merce se ajuntem todos e fasão isto com ela



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